Com o envelhecimento, normalmente os homens apresentam queda lenta e progressiva na produção do hormônio masculino, sendo que, aos 70 anos, em torno de 50% apresentem esta condição. Geralmente essa queda não é muito intensa e pode até não se manifestar.
Assim é definido como déficit androgênico do envelhecimento masculino (DAEM), erroneamente chamado de andropausa, uma vez que os hormônios continuam sendo produzidos, ainda que em menor quantidade, ao contrário do que ocorre com a menopausa nas mulheres.
O tratamento, indicado quando há comprovação laboratorial associada com o quadro clínico, deve ser feito através da reposição hormonal e possibilita a melhora da qualidade de vida, manutenção da força muscular e óssea, conservação do bom humor e disposição para as atividades rotineiras, além de propiciar uma melhora da performance sexual.
O médico poderá indicar a reposição androgênica aos homens que apresentarem níveis de testosterona, a ser realizado com sangue coletado de preferência no período da manhã, abaixo dos parâmetros normais. É primordial uma entrevista com o urologista, além da dosagem do hormônio masculino.
A forma mais comum de se tratar a DAEM é com o uso de medicamentos via oral ou a aplicação mensal ou trimestral de uma injeção intramuscular oleosa de testosterona. O uso da testosterona está associado a uma temida complicação, que é o aparecimento de tumores na próstata, especialmente em idosos. O hormônio não é o causador direto, mas teme-se que possa antecipar, desencadear ou intensificar (progressão) a doença, embora não haja prova científica que sustente esta hipótese. Outro inconveniente possível da reposição hormonal é a ginecomastia (aumento das mamas no homem), que pode provocar prejuízos psicológicos e estéticos.
Por isto, é essencial a avaliação do urologista e a realização de alguns exames preventivos, como o exame de toque retal, ultrassom da próstata, dosagem do antígeno prostático específico (PSA), colesterol e análise de função hepática. Caso algum desses exames esteja alterado, a reposição hormonal não deve ser indicada.
– Diretrizes da Associação Americana de Urologia
– Diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia